3. óptica

ac. História da Fotografia. (foto - ac, ESAS, Porto, 2014)


Relação Pin-hole - visão
A pin-hole ("buraco de alfinete"), ou câmara sem lentes, pode considerar-se a câmara fotográfica mais simples que existe, pois trata-se de uma câmara escura onde é possível registar imagens, quer em película, quer em papel fotográfico. Basicamente, o processo é igual ao desenvolvido por Henry Fox Talbot à cerca de 150 anos (ver capítulo 4). Para construir uma pin-hole basta uma caixa ou lata, totalmente vedada à entrada da luz, cujo interior seja pintado de preto mate, com um pequeno orifício exactamente no centro (fig.s 17 e 21) [processo a descrever em pormenor numa futura evolução do site]

[Existem inúmeros tutoriais no Youtube que ensinam a construir as mais diversas pinholes...]


fig. 17 - Exemplo de uma pin-hole (construída por José Miguel Reis)

fig. 18 - Imagem realizada com câmara pin-hole da fig. 17.  - 19 seg. de exposição directa sobre papel fotográfico Ilford HP5 400 ISO (António Carvalhal - Porto 2014)

fig. 19 - Imagem realizada com câmara pin-hole da fig. 17. - 18 seg. de exposição directa sobre papel fotográfico Ilford FP4 125 ISO (Maria Pinto - Porto 2014)

fig. 20 - Imagem realizada com câmara pin-hole. 18 seg. de exposição directa sobre papel fotográfico Ilford HP5 400 ISO (António Carvalhal - Porto 2004)

fig. 21 - Câmara Voightlander adaptada a pin-hole (construída por José Miguel Reis)

O princípio básico da formação de imagens na câmara escura, na câmara fotográfica e na visão é exactamente o mesmo. Como a luz se propaga em linha recta, os raios luminosos que definem a parte superior de qualquer objecto - ao atravessarem o orifício, diafragma ou pupila, conforme o caso - só podem incidir na parte inferior da superfície receptora, e vice-versa, formando uma imagem invertida menos luminosa (fig. 23). Em qualquer dos casos, quando o "orifício" for muito pequeno, as imagens produzidas serão menos luminosas, pois os raios de luz emitidos por cada ponto do objecto têm uma ligeira dispersão ao passar pelo orifício. Concretamente na pin-hole quanto mais pequeno for o orifício maior é o número de planos nítidos, embora as exposições devam ser mais longas.

fig. 22 - Cravo - Imagem realizada com câmara pin-hole. Interior - 10 min. de exposição (Voightlander, fig. 21 - José Miguel Reis - Porto 2005)

Para se ter uma imagem com grande nitidez e com brilho correspondente ao do objecto, torna-se necessário focar a imagem, ou seja fazer convergir os raios luminosos, e utilizar uma lente. A lente reúne os raios sobre a sua superfície e desvia-os de modo a que todos os raios possam convergir noutro ponto, que no caso das câmaras fotográficas será a película e no olho a retina (fig. 3.1.1, cap. seguinte).
Esta "lente", existe no sistema de visão e nas objectivas fotográficas.
(ver capítulo seguinte - Relação câmara fotográfica, olho e cérebro)

fig. 23 - Esquema de formação de uma imagem em câmara escura (à esquerda) e com recurso a uma lente convergente (d.ta)

Resumidamente, pode dizer-se que uma objectiva fotográfica de qualidade é constituída por numerosos elementos rigorosamente desenhados, construídos e montados, mas os seus elementos fundamentais para a formação de uma imagem "limpa", com um mínimo de distorção, são as lentes. Uma lente é constituída basicamente por um disco de vidro polido, modelado de forma côncava ou convexa. A objectiva recebe os raios luminosos e fá-los convergir, criando assim uma imagem invertida e luminosa. A capacidade de desvio da objectiva é designada por distância focal, que é a distância entre o centro óptico desta e o plano focal (plano onde a imagem se forma no filme), quando a objectiva é focada para o infinito.
Todas as boas câmaras fotográficas modernas, analógicas ou digitais, utilizam objectivas com combinações de lentes variadas, de forma a melhorar a qualidade da imagem. As lentes podem ser convergentes, divergentes e compostas (ou combinadas). (Fig. 24)
Uma objectiva de qualidade é o elemento principal a fazer a diferença numa câmara fotográfica...

fig. 24 - Sistema óptico de uma objectiva para câmara 35mm SLR

1- José M. Reis - Flores (16 min. exposição) - Pin-hole - 2005.  2 - Augusto Lemos - Dólmen, Beira Alta- Pin-hole - 2001.  3 - Conceição Magalhães - Pin-hole - Porto 2005.   4 - Augusto Lemos - Torreira - Pin-hole - 2003.  5 - José M. Reis - Autoretrato, negativo (8s. exposição) - Pin-hole - 2005. 6 - José M. Reis - Rosa - Pin-hole - 2005

A.C. - Pin-hole - Porto 1995

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