3.1. relação câmara fotográfica, olho e cérebro

ac. História da Fotografia (foto - ac. 2014)


Percepção/Mecanismo da Visão
Comparação com a câmara fotográfica

JL - A.C. - 2006


Já vimos que os estímulos responsáveis pelos fenómenos da visão são algumas radiações (parte visível do espectro electromagnético), que se deslocam no vácuo, sob forma ondulatória a uma velocidade de 300.000 Km/s.
O olho humano não capta todas as ondas electromagnéticas, mas apenas aquelas cujo comprimento se inscreve entre determinado intervalo (400 a 700 nm - nanómetros). Os infravermelhos e os ultravioletas possuem comprimentos de onda que não cabem nesses limites, portanto não são captados pelos nossos olhos. (Existem no entanto, películas fotográficas especiais que captam os ultravioletas e os infravermelhos. A sua utilização é essencialmente restrita ao uso militar e científico).


Nem sempre foi evidente a relação existente entre o cérebro e o pensamento, a memória, as sensações ou a visão. No mundo antigo - que inclui as brilhantes civilizações do Egipto e da Mesopotâmia - o cérebro era considerado um órgão sem importância. O pensamento e as emoções atribuíam-se ao estômago, fígado e à visícula biliar.
O cérebro, tem-se desenvolvido a partir do centro, que no ser humano está relacionado principalmente com a emoção. A superfície - o Córtex - apresenta curiosas circunvoluções. Grande parte das suas funções dizem respeito ao comando dos movimentos dos membros e aos órgãos dos sentidos. O sentido da visão corresponde a uma zona especial do Córtex.


No séc. XIX fez-se uma experiência, descrita por Kendler que prova que a retina funciona como uma película fotográfica:
"...colocou um coelho albino numa caixa, de tal maneira que a cabeça do animal ficava voltada para uma janela gradeada, vista num céu cinzento e nublado. Uma touca negra cobria a cabeça do coelho. Algum tempo depois, a touca era levantada por um breve período expondo o coelho à luz. O animal foi depois morto, sendo-lhe retirada a retina e colocada numa solução química de Alúmen. Gradualmente a retina foi formando uma fotografia clara, um optograma, da janela com as suas grades".
À primeira vista, o que o texto descreve pode parecer estranho. Porém, podemos confirmá-lo se constatarmos as semelhanças entre o olho e a câmara fotográfica (fig. 3.1.1)

Fig. 3.1.1

Mais ou menos no centro da retina, numa área chamada fóvea, encontra-se uma aglomeração de células designadas cones, que se vão dispersando gradualmente à medida que se afastam da citada zona. Os cones actuam apenas quando a luz é intensa e permitem-nos a visão cromática. Quando a luz é pouco intensa, actua outro tipo de céulas implicadas na visão, os bastonetes, sendo que ambas são células foto-receptoras que convertem a luz em sinais eléctricos que são enviados para o cérebro como pixeis numa câmara digital. A perda dos foto-receptores implica mais casos de cegueira no primeiro mundo do que todas as outras doenças de olhos juntas.


Investigações recentes, realizadas por cientistas do Instituto Oftalmológico de Londres e publicadas na revista "Nature" de Set./Out. 2006, mostram que o olho humano tem mais de 100 milhões de células foto-receptoras, o que seria o equivalente a uma câmara fotográfica digital de 100 megapixels. Podemos portanto concluir que as câmaras actuais ainda estão algo longe da perfeição e capacidade de captação do olho humano. Mas lá chegarão...


Na total ausência de luz, cones e bastonetes apresentam-se insensíveis, por isso se pode concluir que na ausência de luz é impossível o cérebro registar quer imagens quer a cor (a existência de imagens e de cor implica a existência de luz).


fig. 3.1.2 - Esquema dos foto-receptores

A.C. - 2006

Augusto Lemos - Pin-hole - 2006

A.C. - Sombras - 2000

A.C. - 2008

A.C. - 2017

A.C. - 2014

A.C. - 2015

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