3.2. materiais fotosensíveis
ac. História da Fotografia (foto - ac 2009)
Percepção/Mecanismo da Visão
Luz e visão
Quase todo o ser vivo é sensível à luz. A reacção à luz encontra-se mesmo nos animais unicelulares. Em espécies mais evoluídas, observam-se células especialmente adaptadas para servirem de receptores sensíveis à luz. Estas células podem estar espalhadas pele superfície da pele (as minhocas, por exemplo) ou organizadas em grupos, a maior parte das vezes forrando uma depressão ou buraco, o que representa o início de um verdadeiro olho gerador de imagens. Um olho arcaico do tipo depressão pode ainda ser visto na Patela ou Lapa. Numa espécie ainda existente, o Náutilo, o olho é ainda mais primitivo - não tem lente e a imagem é formada mediante um orifício estreito. A água do mar (onde vive) funciona como lente.
Embora o cérebro humano seja o mais perfeito de todos os "animais", os seus olhos não o são. Encontramos em pré-vertebrados olhos duma complexidade incrível aliados a cérebros minusculos. Os olhos dos Artrópodes, incluindo os insectos são constituídos não por uma única lente, mas por muitas lentes, cada uma com um único elemento receptor. Os olhos dos insectos têm a particularidade notável de se adaptarem a diferentes condições de luz ambiente e de captarem uma gama cromática maior que a dos seres humanos. Os olhos funcionam como detectores de movimento de grande eficiência, como se observa na libélula ao apanhar a presa em voo.
Entre os mais curiosos olhos da natureza, salientam-se os de um pequeno animal do tamanho da cabeça de um alfinete - um Copépode pouco conhecido, o "Copilia Quadrata". Os seus olhos funcionam como Câmaras de TV.
(fig. 3.2.1 - fonte - The Everyday Physics of Hearing and Vision)
Cada olho contém duas lentes, mas muito separadas, e têm movimentos rápidos e contínuos. Oscilam através da linha média do animal e esquadrinham através do plano focal da lente corneana frontal, fazendo o chamado efeito de "Scanning" (Esquadrinhamento).
Materiais fotosensíveis
A pele é sensível à luz - se nos expusermos ao sol, a pele muda de tom. Na realidade, quer as radiações visíveis, quer as ultravioletas actuam sobre a pigmentação da pele, escurecendo-a.
Também a maior parte dos elementos da natureza e dos materiais produzidos pelo homem são sensíveis à luz, podendo esta provocar neles alterações de cor ou tonalidade. Alguns exemplos: cobrindo parte de uma folha verde durante bastante tempo, evitando assim a acção do sol, a parte coberta fica com um verde mais pálido do que a restante, pois foi interrompida a transferência da energia solar para o pigmento verde, a clorofila.
fig. 3.2.2 - Leonor Soares - 2000
Uma folha de papel exposta à luz com um objecto em cima, com o tempo fica amarela, excepto na parte coberta. A madeira dos móveis escureçe com tempo, pelo efeito da luz incidente. O relógio de pulso, os anéis ou a roupa, deixam uma marca mais clara na pele bronzeada.
As películas e os papéis fotográficos são constituídos por uma emulsão de halogenetos de prata sensíveis à luz e são a base da formação e reprodução das imagens em fotografia.
Nas câmaras fotográficas digitais a película é "substituída" pelo sensor cuja capacidade se mede em megapixels.
fig. 3.2.3 - A.C. - 2003
Filmes a preto e branco
Basicamente uma película fotográfica é constituída por uma emulsão de halogenetos de prata (brometo, cloreto e iodeto) assentes numa película de triacetato de celulose.
Quando a luz atinge a emulsão afecta a estrutura básica dos halogenetos de prata (espalhada em grãos na emulsão). Quanto maior for a quantidade de luz que atinge a emulsão, maior é o número de sais afectados. Os produtos químicos usados na revelação da película, reduzem os sais de prata nas zonas afectadas pela luz, e definem a imagem. A acção do revelador sobre os sais de prata que receberam luz, transforma-os em prata metálica (negra e opaca), ficando a imagem registada na película em tons negativos. Os tons claros ficam registados a negro e as sombras a transparente.
"Fixa-se" a imagem após a revelação. Nesta fase a emulsão ainda pode ser afectada pela luz (as zonas que não receberam luz não foram oxidadas pelo revelador, mantendo-se aí sais de prata fotosensíveis), eliminando todos os halogenetos de prata não revelados. O fixador torna-os solúveis, removendo-os, restando apenas a prata metálica estável sobre a película transparente. Posteriormente, a passagem da luz através do negativo forma uma imagem positiva em papel fotográfico (que como a película, tem uma camada de halogenetos de prata).
Filmes a cores
A película colorida tem como base os mesmos princípios da película a preto e branco, ou seja a imagem é registada na película pela acção da luz nos halogenetos de prata. A diferença principal está na emulsão, que no caso da película colorida, tem três camadas, em que cada uma é sensível a uma das três cores primárias - azul/violeta, verde e vermelho. A diferença entre os diferentes tipos de película existentes no mercado, reside na maneira como reagem as três camadas e no tipo de pigmento que cada fabricante utiliza.
As películas para fotografias a cores (se exceptuar-mos as destinadas a câmaras para fotografia instantânea) podem dividir-se em dois grupos: películas que produzem negativos a cores, e as que sujeitas ao processo de inversão produzem diapositivos a cores. A películas a cores são equilibradas pelos fabricantes para serem usadas com três tipos de iluminação / temperatura de cor da luz :
1- luz do dia (daylight) e luz de relâmpago de flash;
2- películas para lâmpadas de tungsténio de filamento não sobrevoltado, de 3200 K, tipo B.
3- photofloods de 3400 K (películas para luz artificial, do tipo A, de filamento sobrevoltado). ...
(capítulo a aprofundar numa futura evolução deste site)
As actuais câmaras fotográficas digitais têm software que emula as várias situações de luz natural e artificial, possibilidade de escolha de se fotografar a cores, preto e branco, sépia, efeito diapositivo, etc., bem como seleccionar as velocidades ISO, entre outras.
A.C. - S. Miguel. 2015
A.C. - Olho de um insecto ( borboleta) - 2006
A.C. - 2006
A.C. - Serralves - 2000
A.C. - Porto e Gaia - 1999
A.C. - Pormenor do sistema reflector do farol de Leça - 2006
B. - A.C. - V. N. Cerveira. 2012
A.C. - S. Miguel. 2011
A.C. - S. Miguel. 2015
A.C. - Falésia. 2009
A.C. - Real. Maia. 2014
A.C. - Falésia. 2014
©ac-História da Fotografia. 2022